O fenômeno La Niña ocasiona irregularidade na distribuição das chuvas em todo o estadoCentro Sul - O dia 23 de setembro marcou o início a primavera. Neste ano, a estação estará sob influência do fenômeno climático La Niña, que ocasiona uma distribuição irregular no regime de chuva no Paraná. Com isso, a previsão para os próximos meses é de que a chuva continue abaixo da normal climatológica, ocasionando os períodos de estiagem.
O meteorologista do Instituto Simepar, Marcelo Brauer Zaicovski, explica que a primavera tem como característica o retorno dos temporais, ou seja, chuva forte, grande incidência de raios e rajada de vento moderada. “Como teremos a influência da La Niña, as chuvas serão menos frequentes em comparação aos últimos anos, as pancadas de chuva serão rápidas e em pontos isolados”, afirma o meteorologista.
Com esta previsão há o risco de que em algumas regiões do estado, inclusive a Centro-Sul, continuem a apresentar períodos de estiagem. Zaicovski ainda ressalta que com a sequência de dias sem chuva, este quadro poderá evoluir para um cenário de seca durante a primavera.
De acordo com o meteorologista durante os meses da primavera é observado um aumento natural no volume das chuvas em todo estado do Paraná. As chuvas são decorrentes do deslocamento de sistemas frontais (frentes frias ou quentes) e, também de eventos de curta duração que se desenvolvem no estado devido à associação das altas temperaturas com a maior quantidade de umidade no ar.
“Também são comuns ao longo da estação a atuação dos Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) que se formam na região do Paraguai e ingressam no Paraná, preferencialmente no período da madrugada, ou se desenvolvem no próprio estado. Ocorrências de eventos severos como rajadas de ventos moderadas a fortes, granizos e grande quantidade de raios fazem parte da climatologia da estação. A previsibilidade de eventos severos é da ordem de horas”, acrescenta.
Temperaturas
As temperaturas apresentam aumento em seus valores médios à medida que a primavera se consolida. As regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral apresentam os maiores valores de temperatura máxima e mínima da primavera. A estação tem como característica dias progressivamente mais longos e quentes à medida que se aproxima do verão.
A tendência das temperaturas para o trimestre (outubro-novembro-dezembro) de 2010 é de estas fiquem próximas da média histórica. O início da estação ainda deverá apresentar maior diferença entre os valores de temperatura máximos e mínimos diários. “Na região Centro-Sul a variação de temperatura fica entre 13°C 15°C pela manhã e 24°C e 26°C durante a tarde”, completa Zaicovski.
O La Niña
A partir desta primavera o regime climático global estará sobre a influência do fenônemo climático La Niña. No Sul do Brasil destaca-se a rápida passagem de frentes frias, o que implica em pancadas de chuva irregulares na distribuição espacial e com curta duração. O estado do Rio Grande do Sul é o que apresenta maior efeito do La Niña no regime de chuva, que ficará abaixo da normal climatológica ao longo de todo o trimestre. No Sudeste do Brasil o que se observa de forma mais significativa é uma diminuição das temperaturas médias durante o dia. Ao longo do trimestre as condições climáticas de grande escala, na região equatorial do Oceano Pacífico, mantêm a observação do fenômeno La Niña, com tendência de atingir seu ápice ao longo do verão.
TEXTO E FOTO: MARINA LUKAVY
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