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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cores que despertam valores e sensibilidade

A 13ª Expressão Colorida é uma pequena mostra dos trabalhos desenvolvidos na Oficina de Artes, Cores e Palavras

Centro Sul – Desde o dia 08 de outubro está aberta a visitação na Casa da Cultura, em Irati, a 13ª Expressão Colorida. A mostra é resultado do trabalho de crianças, adolescentes e adultos desenvolvido nas aulas ministradas pela artista plástica e professora Claudete Camargo na Oficina de Artes, Cores e Palavras.
A exposição já tradicional no município, mescla obras de desenho, artesanato e de pinturas em tela a óleo e acrílica. 

Hoje, Claudete desperta valores e a sensibilidade através da arte, em aproximadamente 90 alunos de toda a região. “Tenho alunos a partir de quatro anos de idade até adultos. Aqui na exposição temos uma pequena mostra do que é desenvolvido na escola, visto que apenas 40 alunos têm seus trabalhos expostos”, afirma a professora.
Claudete que é natural da cidade de Mallet conta que começou a pintar desde muito pequena. “Digo que pinto desde sempre. Ainda criança, rabiscava calçadas e paredes, tudo era motivo para eu desenhar”, acrescenta. O primeiro curso de pintura da artista foi com apenas sete anos de idade com a professora Rute Neves, em Mallet.
A professora lembra que a partir da finalização do curso já começou a receber encomendas de quadros. Claudete morava com a mãe viúva e mais duas irmãs com necessidades especiais, com a venda das obras contribuía para o sustento da família. “Já aos 14 anos recebi meu primeiro salário, aos 17 fui trabalhar no magistério. Assim, uni o dom que tinha, com a arte de educar e me transformei numa professora-educadora através da arte”, revela.
Em 1995, Claudete teve o primeiro ateliê em sua casa, posteriormente montou uma sala onde ministrava aulas de pintura na Casa da Cultura. Somente em 2000 transferiu a escola para o atual endereço na Rua Coronel Gracia, local que foi a casa do grande artista plástico iratiense Primo Araújo.
“A casa tem uma aura artística, é um ambiente favorável porque lá morou um grande artista. A atmosfera tem uma magia que a torna um lugar predestinado para fazer arte. E eu me considero vocacionada, trabalho com profissionalismo e competência, mas acima de tudo tenho amor pelo que faço”, considera a professora.

Mais que decoração
Para Claudete, ao visitar a exposição muitas pessoas não sabem a importância do processo que envolve a produção das obras. O trabalho com crianças e adolescentes faz com que a arte desperte neles valores e sensibilidade, além de melhorar a atenção e concentração.
A professora conta que os pais procuram a escola preocupados com o desenvolvimento dos filhos, e muitos alunos são encaminhados por psicólogos por serem hiperativos. “Estar em contato com a arte e o exercício artístico desenvolve muitos valores nas crianças e nos adolescentes. A atividade artística torna-os mais calmos e centrados e contribui na vida escolar com a melhora no comportamento e até nas notas”, ressalta Claudete.
Os alunos adultos se identificam com a pintura como uma forma de hobby e de aliviar as tensões do dia-a-dia. Mas a professora destaca que alguns desenvolvem um paralelo profissional e cita como exemplo, uma ex-aluna que atualmente está restaurando pinturas sacras em igrejas. “Tenho alguns alunos que começaram as aulas a pedido dos pais e acabaram descobrindo uma vocação para profissões como engenharia civil e arquitetura. Por tudo isso é que considero que os quadros não são apenas objetos de decoração, é importante observar todo o processo que antecede a finalização da obra”, conclui.
A 13ª Expressão Colorida fica em exposição na Casa da Cultura até o dia 08 de novembro.

TEXTO E FOTOS: MARINA LUKAVY

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