Centro Sul – Nos últimos dois meses o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – Regional de Irati, registrou um aumento no número de animais silvestres que são recolhidos fora do seu habitat natural. Em dez dias, foram capturados dois macacos bugios na região do bairro Riozinho.
De acordo com o responsável pelo recolhimento de animais silvestres, Divo Martins, houve um aumento expressivo no número de bichos recolhidos pelo IAP de Irati. “Nós acreditamos que a falta de alimentação tem causado a saída desses animais da mata”, afirma Martins.
A falta de alimentos tem como causas o desmatamento e até mesmo o período de estiagem registrado nos últimos 40 dias. “Nesses dois meses fizemos o recolhimento de várias espécies como ouriço, macaco, coruja, raposa e também registramos o atropelamento de um veado”, completa o responsável.
Outro aspecto que chamou a atenção neste período foi o aparecimento de dois macacos bugios em menos de dez dias no bairro Riozinho. Segundo Martins, os animais foram encontrados num raio de dois quilômetros um do outro, o que leva a dedução de que poderiam pertencer ao mesmo grupo.
“O primeiro macaco encontrado é um macho que já tem uma certa idade, e que pode ter sido excluído do bando por um animal mais novo. Depois localizamos uma fêmea que estava com o olho machucado e que também pode ter sido afastada do grupo. Esse é um processo natural que acontece com os bandos desses animais”, acrescenta.
O recolhimento de macacos também levanta a preocupação em torno da febre amarela, visto que são transmissores da doença. De acordo com o responsável já foram realizados exames preliminares nos dois animais recolhidos e em nenhum deles foi detectada a doença.
Para onde vão os animais?
Quando uma pessoa localiza um animal silvestre é necessário ligar para o IAP que vai até o local e faz o recolhimento do mesmo. Martins explica que depois da captura o bicho pode ter dois destinos, dependendo do seu estado.
Os animais doentes são encaminhados para o Serviço de Atendimento a Animais Selvagens (SAAS), que funciona no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) – Campus Cedeteg em Guarapuava. Neste local os animais recebem tratamento e só depois de curados são recolocados na natureza.
Se o animal não estiver doente é conduzido até o Centro de Triagem de Animais Silvestres em Tijucas do Sul. Lá os eles passam por um processo de readaptação antes de voltaram ao seu habitat. “Muitos animais são domesticados, porque são criados em cativeiros e se não forem readaptados não conseguem sobreviver na natureza. Este Centro de Triagem recebe principalmente pássaros que são apreendidos”, conclui Martins.
TEXTO E FOTOS: MARINA LUKAVY
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