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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Moradores da Vila Nova pedem implantação de rede de esgoto

Algumas ruas do bairro ainda não têm rede de esgoto e moradores fizeram ligações clandestinas

Irati - Alguns moradores do bairro Vila Nova procuraram o Jornal Hoje Centro Sul para reclamar a respeito da falta de redes de esgoto em algumas ruas do bairro. O mau cheiro e os resíduos que estão sendo jogados na rua por algumas pessoas vêm incomodando a população.

A funcionária pública, Ilda Pepe, mora no bairro há 45 anos, e conta que a população há muito tempo vem pedindo junto aos órgãos responsáveis a implantação da rede de esgoto. "Esta situação já está chegando ao extremo, o mau cheiro das fossas e do esgoto que alguns moradores jogam diretamente nas ruas estão incomodando demais", reclama Ilda.
Segundo a funcionária pública, outro problema encontrado é a falta de empresas capacitadas para fazer o esgotamento de fossas. "É muito difícil conseguir que eles venham até aqui fazer a limpeza, enquanto isso, minha casa fica com mau cheiro", acrescenta a moradora.
A professora Joelma Mattozo leciona na escola do bairro e diz que enfrenta todos os dias uma situação contraditória. "Eu ensino aos alunos como cuidar do meio ambiente e quando eles saem da escola, já na esquina se deparam com o esgoto que é jogado diretamente na rua", afirma Joelma.
Outro fato citado pelas moradoras é que alguns moradores fizeram ligações de rede de esgoto clandestinas, e que muitas delas têm como destinação o Rio das Antas. Esse ato contribui com a contaminação do rio e quando há enchentes quem sofre com o lixo e a sujeira são os próprios moradores do bairro.

Sanepar
O supervisor da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Edson Moro Rios, conta que o bairro Vila Nova tem rede de esgoto em boa parte, e que a localização das ruas que ainda não dispõem do serviço dificulta a instalação. "Alguns pontos devido à posição geográfica, precisam de servidão de passagem para que seja implantada a rede. Para nós atendermos essas ruas, a rede não pode passar pela rua principal, ela precisa passar pelos fundos ou lotes de terceiros", esclarece o supervisor.
Sobre os pontos de servidão de passagem, ele diz que em algumas ocasiões é necessário negociar com o proprietário do terreno pelo qual será feita a ligação, caso este não autorize são necessárias intervenções do poder público.
Segundo Rios, as ruas que ainda não tem a rede de esgoto poderão ser atendidas mediante o convênio firmado entre a Sanepar e a Prefeitura Municipal de Irati. "Nós fizemos um levantamento antes de firmar o convênio, e repassamos para a Prefeitura esses pontos que estão sem a rede de esgoto no bairro Vila Nova", acrescenta.
Hoje, a Prefeitura é o órgão responsável por determinar os pontos onde devem ser implantadas as redes de esgoto, mas que a prioridade tem sido os locais que receberão pavimentação. "A prioridade para a Prefeitura é fazer as redes onde esteja sendo pavimentado. Porque se fizer o pavimento sem ter esgoto, depois tem todo um transtorno e é necessário quebrar o pavimento, e isso acaba onerando muito", observa Rios.

Ligações clandestinas
O supervisor da Sanepar explica que a fiscalização de redes clandestinas será feita por meio do Programa de Despoluição Ambiental (PDA) em parceria com a Prefeitura Municipal. Recentemente foi renovado o convênio entre os dois órgãos, e em breve equipes serão treinadas e vão começar as vistorias nos bairros.
"No ano passado foram feitas em torno de seis mil vistorias e testes nos pontos de geração de esgoto para verificar estas irregularidades. Nos locais em que foram detectadas as ligações clandestinas, automaticamente encaminhamos para a Vigilância Sanitária que entrou em contato com os moradores. Caso as pessoas não atendam estas exigências da Vigilância, serão encaminhadas para a Promotoria, mas até agora não houve nenhum caso em que esta medida foi necessária", frisa Rios.
De acordo com o supervisor, em casos em que a pessoa esteja lançando o esgoto diretamente na rua, deve ser chamada a Vigilância Sanitária imediatamente, pois mesmo não tendo sistema de esgoto é responsabilidade do morador dar o destino correto aos resíduos. "Lançar na rua é um crime e se o esgoto for lançado no rio pode-se denunciar ao IAP que é o órgão fiscalizador", completa.

Alternativas
Onde não há a rede de esgoto a alternativa é a fossa séptica, mas Rios lembra que existe um decreto estadual que diz que se a pessoa for servida pela rede de esgoto deve anular a fossa, que pode vir a se tornar um foco de vetores.
Outra alternativa apontada pelo supervisor, mas que não se aplica aos moradores do bairro Vila Nova, é o programa Sustentação de Atenção a Rede (SAR), para ligações de até 14m. "A pessoa nos procura, nós fazemos a medição sem nenhum custo e passamos um orçamento. Se a extensão for de até 14m, a pessoa só paga a taxa de ligação, o resto é tudo por conta da Sanepar. Caso extrapole esta medida também há uma negociação, nós podemos parcelar o valor, basta que as pessoas nos procurarem sem precisar ir até a Prefeitura. Mas no caso de obras de maior porte como na Vila Nova é necessário o convênio com a Prefeitura", elucida.

Comunicado
Nos bairros Engenheiro Gutierrez e Riozinho as obras de uma nova estação de tratamento estão quase concluídas, e a implantação da rede de esgoto ainda está em andamento. Diante da situação, o supervisor da Sanepar pede que a população não faça a ligação das redes sem a autorização do órgão. "Algumas pessoas estão fazendo estas ligações de forma clandestina sem autorização e poderão sofrer alguns problemas. Vale lembrar que a Sanepar vai avisar os moradores quando forem liberadas as ligações", conclui Rios.

TEXTO: MARINA LUKAVY

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