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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sistema alternativo de tratamento de esgoto é implantado em Itapará

Irati – A comunidade escolar de Itapará, localidade rural distante 55km da sede do município de Irati, passou a ser atendida por um sistema de tratamento de esgoto por zona de raízes, implantado pela Prefeitura Municipal. Trata-se da primeira escola de Irati a ter implantado o sistema alternativo de saneamento eficaz e auto-sustentável, de baixo impacto ambiental e baixos custos de investimento e operação.
“Foi a solução encontrada para Itapará devido à inexistência de sistema convencional de tratamento de esgotos e a problemas com a fossa séptica da escola”, explica o técnico da Prefeitura, Osnei Abel Lopes. “Nossas solicitações para a Prefeitura fazer a limpeza da fossa eram muito frequentes”, relembra Irmã Ana Martenichen, diretora da escola municipal e coordenadora da escola estadual da localidade, que funcionam no mesmo prédio, com 250 alunos e 30 funcionários. Ela relata que eram recorrentes os problemas de transbordamento da fossa, com o característico mau cheiro.

Como funciona o sistema
A parte líquida do esgoto que sai da fossa séptica é direcionada através de tubos de PVC para a mini-estação de tratamento – a de Itapará possui dimensões de 15m³. A estação recebe forração com lona plástica, uma rede de tubos de 1,70m de comprimento, seguida de uma camada de areia e outra de pedra brita. Finalmente, sobre a brita são plantadas flores da espécie copo-de-leite.
O líquido passa por processo triplo de filtragem: as raízes das flores, a areia e a pedra brita. Segundo Osnei Abel Lopes, o limbo resultante cria uma espécie de película em cada pedra, que passa a funcionar como filtro. O processo retém a sujeira dentro da mini-estação, resultando num líquido menos poluente para ser lançado de volta ao meio ambiente.
A Prefeitura cedeu material e mão de obra para a construção do sistema, que teve auxílio de funcionários da escola e alguns pais de alunos. “A única manutenção requerida pelo sistema será a renovação anual dos copos-de-leite, que foram plantados no início deste mês”, explica o técnico. “Acredito que a partir de agora não haverá mais problemas e que não será mais necessário limpar a fossa”, diz Irmã Ana.

Eficácia comprovada
A eficácia do sistema de tratamento de esgoto doméstico por zona de raízes foi comprovada cientificamente, afirma Osnei Abel Lopes. Isso ocorreu através de análises realizadas no sistema que está em funcionamento há mais de dois anos em uma residência da localidade de Gonçalves Júnior, onde foi implantado como projeto piloto. Em setembro e outubro de 2009, acadêmicos do curso de Engenharia Ambiental da Unicentro fizeram quatro análises físico-químicas, com seis coletas cada análise, para verificar as condições do efluente resultante.
O resultado da análise da demanda química de oxigênio (DQO), que mede o consumo de oxigênio ocorrido em função da oxidação química da matéria orgânica, apontou remoção de até 80%. A análise de turbidez, causada pela presença de sólidos suspensos na água, resultou em remoção de 67%. Outra análise, a de concentração de fósforo, apresentou como resultado remoção de 54% – apesar de não ser elemento tóxico, quando presente no meio aquático o fósforo estimula o crescimento excessivo de algas. O resultado da análise de coliformes totais e fecais (E.coli) comprovou que houve remoção de 94% e 99% respectivamente.
De acordo com o técnico da Prefeitura, as coletas de materiais para análises na mini-estação da escola de Itapará terão início em setembro deste ano.

Texto e fotos: Ass. de Comunicação da Prefeitura de Irati.

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