Município de Irati sai do Consórcio Intermunicipal de Saúde

A alegação é de que os custos administrativos são altos e o número de consultas insuficiente

Centro-Sul – Na última semana, a Secretaria Municipal de Saúde e demais instâncias de gestão administrativa e financeira da Prefeitura Municipal de Irati decidiram se desligar do Consórcio Intermunicipal de Saúde. A administração municipal alega que os custos administrativos do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) são altos e que o número de consultas disponíveis para o município é baixo.
De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Irati, a oferta de consultas especializadas para a população iratiense será ampliada, e a contratação de serviços médicos e exames serão feitos pelo município, sem intermediários. Desde o dia 11 de janeiro, está sendo feito o processo de credenciamento de profissionais para prestação de serviços na área de saúde.
A secretária municipal de Saúde, Deise Daniliszyn, diz que com a saída do CIS, haverá economia e melhor aplicação dos recursos. Com despesas administrativas para a manutenção do Consórcio, vinham sendo investidos aproximadamente R$ 300 mil por ano, em torno de R$ 25 mil por mês.
Atualmente o Consórcio atende 15 especialidades e o número de consultas disponíveis para o município de Irati por mês são as seguintes: gastroenterologia, oito vagas; dermatologia com 24 vagas; otorrinolaringologia, 36; anestesista e bucomaxilo-facial, oito vagas cada; cardiologia, 56; cirurgia geral e dermatologia, 24 vagas cada; cirurgia vascular, 20; infectologia e pneumologia, 16 vagas cada; pediatria alto-risco, quatro; ginecologia, ortopedia e oftalmologia, 40 vagas cada. No total, são 354 vagas para o município.
“Vamos ampliar a oferta de consultas com investimento similar, apenas mudando a forma de contratar os profissionais”, afirma o prefeito, Sergio Stoklos. Ele defende a gestão da Saúde sem intermediários e cita o Pronto Atendimento como exemplo. “Da mesma forma que conseguimos melhorar os serviços e ampliar o acesso das pessoas ao sistema de saúde com a criação do Pronto Atendimento, assim faremos no que diz respeito às consultas especializadas”, argumenta o prefeito.
Até o dia 02 de março, as consultas especializadas do município de Irati serão atendidas pelo Consórcio. Após esta data, os profissionais credenciados diretamente pela Prefeitura de Irati continuarão atendendo a população na sede da Secretaria de Saúde, em outro imóvel do Município, ou nos próprios consultórios particulares.

Como fica o CIS?
O Jornal Hoje Centro Sul procurou o presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde e prefeito de Guamiranga, Ruy Machado, para esclarecer algumas dúvidas e saber como fica a situação do CIS com a saída do município de Irati.
O presidente explica que a sede do Consórcio continuará instalada no mesmo endereço, na cidade de Irati. “O Estado nos fornece toda a estrutura necessária, tanto na parte física como de pessoal, então não há necessidade nenhuma de mudarmos o local de atendimento”, conta Machado. O CIS recebe recursos tanto do Ministério da Saúde, como do Governo do Estado, em função de sua saída, o município de Irati provavelmente irá perder estes recursos destinados aos membros do Consórcio.
Atualmente, Irati representa 35% das despesas fixas do CIS (o percentual é calculado de acordo com a população de cada município) e é este valor também que utiliza nas consultas. “Com a saída de Irati, este percentual será dividido entre os oito municípios. Vão aumentar as despesas dos municípios, mas também será ampliado o número de consultas ofertadas para cada um”, ressalta o presidente.
Os municípios que fazem parte da Amcespar e que estão incluídos no CIS, trazem até Irati, de 30 a 40 pessoas diariamente, isso favorece o município no sentido em que movimenta a economia. “Nós precisamos criar alternativas para que o Consórcio sobreviva, porque saiu um município, mas ficaram oito”, finaliza Machado.

TEXTO: MARINA LUKAVY, COM INFORMAÇÕES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA PREFEITURA DE IRATI.