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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Bombeiros do Batalhão de Irati ajudaram nos resgates em Sengés


A cidade paranaense ficou em estado de calamidade após o transbordamento do rio Jaguaricatu

Paraná – As chuvas da última semana de janeiro fizeram com que o rio Jaguaricatu subisse pelo menos nove metros. Em poucas horas, Sengés, município localizado na divisa entre Paraná e São Paulo, que é atravessado pelo rio, foi alagado e teve um alto índice de destruição. Era o dia 29 de janeiro, uma sexta-feira.
No sábado, quatro bombeiros que trabalham em Irati foram até a cidade, auxiliar nas buscas de corpos e no trabalho de logística para a reorganização. “Em dez anos de trabalho, foi a primeira vez que trabalhei num local ilhado”, conta o 1º Ten. Elcio José de Meira, comandante do Corpo de Bombeiros de Irati.
Além do tenente Meira, foram até lá três soldados do Corpo de Bombeiros de Irati: o Sd. Ricardo Stodolny, Sd. Thiago Colaço Vaz e o Sd. Airton Grocholski, comandados pelo Tenente Jorge Augusto Ramos, de Telêmaco Borba.

Experiências
Na opinião de Grocholski, a gravidade da situação estava na falta de acessibilidade ao município. “Para conseguir chegar lá com os equipamentos e materiais foi difícil, tivemos que procurar caminhos possíveis no meio da lama. Transportando o que era necessário só por aeronave, não daria para realizar o trabalho”. Pontes e estradas foram destruídas.
Quando chegaram em Sengés, ainda eram poucos os oficiais. “Estava o caos, ti-nha pessoas sacando lojas e não havia po-liciamento suficiente. O pessoal não sabia o que fazer. Logo começamos a organizar a questão da luz e da água. As outras equi-pes chegaram na noite do sábado”, lembra o Sd. Stodolny. Cerca de 25 pessoas de di-ferentes grupamentos estavam na operação. Foram utilizados dois helicópteros, dez viaturas do Grupo de Operações de Socorro Tático e do Corpo de Bombeiros, além de cachorros do Canil da Polícia Militar.
Os bombeiros se dividiram em equipes e procuraram realizar as tarefas necessárias para colocar em ordem aquilo que poderia ser organizado. O Sd. Colaço diz que eles fizeram até vistoria nas residências, pois muitas casas estavam com risco de desabar. “Pegamos o endereço, dissemos quais eram os problemas e repassamos para o pessoal da prefeitura”, explica. “Tínhamos que dar respostas à população. Como os estoques dos supermercados estavam acabando, em breve eles não teriam o que comer e muitos já não tinham onde dormir. Atuamos no re-estabelecimento de todos os tipos de suprimentos”, diz o Ten. Meira. O tenente estava de serviço em Ponta Grossa quando foi até o município atingido e voltou a Irati na segunda-feira (01).
Os três soldados retornaram na quarta-feira (03). Nos dias em que estiveram em Sengés, fez sol, o que ajudou no trabalho. Stodolny conta que, em 14 anos como bombeiro, essa foi uma das situações mais complicadas que presenciou. “Embora eu já tenha atuado em outras enchentes, essa foi diferente porque a cidade estava sem acesso”. A limpeza do município foi prejudicada, já que não havia meios de transporte para retirar os destroços e lixos. “Não era só água, era muito barro. Tiveram residências que ficaram com 1,5 m de lama dentro”, lembra Grocholski.
Durante alguns dias, o município permaneceu sem água, luz e telefonia móvel ou fixa. “Sem a comunicação ficou muito complicado”, reforça o Sd. Grocholski. Aos poucos os serviços estão voltando à normalidade, no entanto, a reconstrução das estradas e de outras vias de acesso ainda está em processo.

Dados da tragédia
A Defesa Civil do Paraná divulgou os números depois das chuvas. Em todo o estado, 26 cidades de diferentes regiões sofreram danos. Até o dia 08 de fevereiro, eram 1347 desabrigados, 2732 desalojados, 18 feridos e 5 mortos (todos em Sengés). 1774 casas foram danificadas e 113 totalmente destruídas, conforme informações da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (CEDEC/PR).

Serviço
No site do município de Sengés, a prefeitura municipal divulgou que o município está em Situação de Emergência, solicitando doações para auxiliar principalmente aqueles que perderam tudo e ficaram desabrigados. Uma conta bancária foi aberta Banco do Brasil, agência 2677-8 e CC 15.085-1.

TEXTO: SCHEYLA HORST, JORNAL HOJE CENTRO SUL.
FOTO: ARQUIVO 2GB COBOM-IRATI.

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