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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carnaval em Irati: 97 anos de alegria




O primeiro baile de Carnaval a fantasia foi no ano de 1913

Irati – Desde o dia 08 (segunda-feira) está aberta a visitação na Casa da Cultura a exposição “Revivendo o Carnaval”. Promovida pela Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico, Cultura, Turismo, Lazer e Desportos, a exposição retrata a evolução do Carnaval no município. Dos bailes nos clubes onde blocos fantasiados celebravam a festa com marchinhas, confete e serpentina, até o Carnaval de Rua como é celebrado nos dias de hoje.
97 anos de alegria

Com base em informações contidas na “Revista do Centenário” nº 2, de José Maria Orreda, é possível recordar como o Carnaval sempre foi uma festa de alegria, principal-mente numa época em que se valorizavam outros conceitos de moral e boa conduta. O Carnaval era a oportunidade (talvez única para alguns) que muitos jovens tinham para se divertir. Os blocos eram organizados, todos vestiam fantasias. Máscaras, serpentinas e lança-perfume.
O primeiro baile de Carnaval a fantasia de Irati foi em 1913 no Clube Amantes da Prosperidade, que se situava na Rua Velha (atualmente XV de Julho), e foi organizado pelo Capitão Antonio Matozzo Xavier Sobrinho. Nesta época, o nome do município ainda era escrito com “y” (Iraty), a mudança só ocorreu em 1936.
No ano de 1926, têm se registros através do jornal “A Semana” de que o Carnaval transcorreu na “maior ordem e harmonia”. Naquela época eram realizados os corsos, que consistiam no desfile de carruagens enfeitadas e, posteriormente, de automóveis sem capota, repletos de foliões. Naquele ano, participaram do corso cerca de 20 automóveis e caminhões. Os bailes foram realizados no Club do Commercio e Gremio Musical Iratyense – grafias utilizadas no período. Também, na Colônia Gonçalves Junior, a terça-feira de Carnaval foi animada no Club União Musical 8 de Fevereiro.
Já em 1928, surgem bailes em locais diferentes, e o Rei Momo se fez presente além do Club do Commercio, na Sociedade União Operária Beneficente, Sociedade Polonesa Wolnosc, Bar Borges e Theatro Central. Em 1931, também surgem a Sociedade Thalia e União Alemã. Porém, não houve o corso, apenas bailes nos clubes.
Para sair mascarado pelas ruas em 1936, foi necessário pedir uma autorização na Delegacia de Polícia. Neste ano, a marchinha mais ouvida foi a seguinte:
Có, có có có có có có
Có, có có có có có có
o galo tem saudades
da galinha carijó
O Carnaval de 1946 foi chamado de “Carnaval da Vitória”, pois se realizou após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Durante cinco anos, o iratiense não pode festejar, mas naquele ano, o corso foi especialmente alegre, mesmo com o racionamento de gasolina. Os blocos desfilavam pelas ruas XV e Munhoz da Rocha, com direito a confetes e serpentinas, e foliões vestidos de mulher.
E assim, seguiram-se os carnavais em Irati: blocos fantasiados, reis e rainhas, confetes e serpentinas. O primeiro Carnaval de Rua foi realizado em 1985. Em 1986, assim como nos anos anteriores, a SBCI realizou o baile mais movimentado da cidade. Fantasias de baianas, piratas, punks, dominós, rumbeiras e odaliscas tornavam o salão ainda mais bonito.
Nos últimos anos, o Carnaval de Irati, foi de certa forma, “encolhendo”, e hoje apenas o Carnaval de Rua existe no município. Fantasias? Quase não são vistas e pode-se dizer que a pureza da festa deu espaço a outros conceitos mais “modernos”. As marchinhas inocentes como “Mamãe eu Quero Mamar”, “Pirata da Perna de Pau”, “Tomara que Chova” ou a “Galinha Carijó”, foram substituídos por diversos ritmos musicais, principalmente o axé e o funk, que são predominantes no Carnaval dos nossos tempos, em todo o Brasil. Muita gente lembra com saudosismo os velhos tempos e muitos hoje podem até se lamentar por não terem participado dos corsos, cantado as marchinhas e jogado confetes e serpentinas.
Todas as fotos presentes nesta matéria fazem parte da exposição “Revivendo o Passado”, que fica aberta ao público na Casa da Cultura até o dia 28 de fevereiro.

TEXTO: MARINA LUKAVY.
FOTOS: MARINA LUKAVY E ARQUIVO DA CASA DA CULTURA.

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