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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Alacs divulga resultado do 1º Concurso Literário de Irati

Centro Sul – A Academia de Letras, Ciências do Centro-Sul do Paraná (Alacs) divulgou o resultado do Concurso Literário promovido pela Acadêmia com apoio da Fundação Denise Stoklos, Prefeitura Municipal de Irati, Núcleo Regional de Educação/Irati e Grêmio Haicai Chão dos Pinheirais.
Foram cerca de trezentas inscrições, cujo tema foi Irati. Participaram candidatos de Irati, Ponta Grossa, Guarapuava, Paranavaí, Rebouças, Imbituva, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina.
Os classificados receberão seus troféus e diplomas em 20 de novembro de 2010, (sábado) às 16 horas, no Centro Cultural Clube do Comércio. Na oportunidade também haverá o lançamento do livro com os textos premiados.

Confira a classificação:

MODALIDADE: TROVA
Classificação Participante Título
1º Lugar Sônia Maria Ditzel Martelo (Ponta Grossa) Irati
2º Lugar Luiz Gondim de Araujo Lins (Rio de Janeiro)Irati
3º Lugar Sônia Maria Ditzel Martelo(Ponta Grossa) Irati

MODALIDADE: HAICAI
Classificação Participante
1º Lugar Raniely Pereira dos Santos (Irati)
2º Lugar Sávio Guilherme de Paula (Irati)
3º Lugar Samara Laís Batista (Irati)
4º Lugar Paola Marques (Irati)
5º Lugar Fernanda Byczkovski (Irati)
6º Lugar Márcia Daniela Pianaro Valenga (Irati)

MODALIDADE: POEMA LIVRE
Classificação Participante Título
1º Lugar Paulo José Miskalo (Irati) As margens do rio
2º Lugar Rita Camargo Caldas (Guarapuava) Cidade dos encantos
3º Lugar Sonia M. Ditzel Martelo (P. Grossa) Irati de meus encantos
4º Lugar Danuta Maria Sloma (Irati) Encantos de Irati
5º Lugar Wellington V. Celis Batista (Irati) Irati

MODALIDADE: CRÔNICA
Classificação Participante Título
1º Lugar Rafael Felipe Lucas (Irati) Desatino
2º Lugar Henry Claude Stelmarsczuk (Irati) O cavador de poços
3º Lugar Leandro Ditzel (Irati) Irati, ontem, hoje e sempre
4º Lugar Gaspar Valenga (Irati) Irati.
5º Lugar Scheyla Horst (Guarapuava) Domingo solar

MODALIDADE: PEÇA TEATRAL
Classificação Participante Título
1º Lugar Maygon André Molinari (Irati) As estrelas mortas


1º lugar em cada modalidade:
Trova
IRATI
Pelas bandas de Irati
Foi quedar meu coração,
Meu lugar é hoje aqui
Neste pedaço de chão
Autoria: Sônia Maria Ditzel Martelo

Haicai
Caminho da escola
A neblina esconde tudo
Manhã de Irati
Autoria: Raniely Pereira dos Santos

Poema Livre
AS MARGENS DO RIO
Já vai longe o tempo
Em que havia antas nadando
Talvez sob o olhar atento de alguma onça
Às margens do rio
O sertão deu lugar aos trigais
E estes às casas
Araucárias centenárias, lar de bugios
Também se foram
Levadas pelos trilhos
E assim nasceu Covalzinho
Que mudou também
Virou Irati
Mas às vezes
Nessas ruas, que são o meu quintal
E às margens do rio
Entre as araucárias
Imagino que ainda passeiam
Antas, onças e bugios
Autoria: Paulo José Miskalo

Crônica
DESATINO
Houve quem me ajudasse na empreitada de derrubar a lua, amarela, feita de cartolina, do alto do morro da santa. Foi plano meticuloso, desatino, idéia de madrugada, croqui em papel de guardanapo, desenhado sob a luz de âmbar do Dom Quixote. Tudo bem medido, com a ponta dos dedos, num mapa feito de açúcar que furtamos do balcão da padaria Iraty. A questão do trem, que passa balançando a noite, assustando as águas do arroio, foi resolvida com algodão que espalhamos pelos trilhos. Os guardiões a apitarem de hora em hora, guiando suas bicicletas nas brumas, trancamos todos com cancelas feitas de isopor. Então ouvi teus passos, tão perto, não sou médico, mas sei quando o sangue toma rumo contrário dentro do corpo. Saio do plano e dou nos teus olhos, o mundo vem todo desarrumado, meus pensamentos empilhados feito carrinhos de choque de parque de diversões e eu dizendo pra dentro letra por letra o teu nome e o céu da boca desmanchando. Quis te dizer é “inverno” e te oferecer meus casacos, mas tive medo de mexer no vento e esperei sozinho chegar ao meu peito o mesmo sopro que já havia passado por teus pulmões. Quis te dizer “foi aqui na Praça da Bandeira que tudo começou”, mas lembrei da Praça da Matriz e pensei que na verdade tudo poderia começar naquela igreja. Procuro agora quem me ajude na empreitada de tentar colocar de volta a lua, amarela, de cartolina, no alto do morro da santa. Vou zanzar rua por rua desta cidade com nome de mel. Espero que volte pelo mesmo caminho. Quebrarei garrafas de vinho e espalharei os cacos pelo chão, esperando que a luz difusa dos postes venha transformá-los em estrelas sob os teus pés. Da Casa da Cultura vem uma música, destas com o jeito dos rádios antigos, posso ouvir baixinho. Ouço teus sapatos, procuro tua mão num convite, e te conto: “nunca dancei contigo debaixo duma lua destas”...
Autoria: Rafael Felipe Lucas

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