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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Regional registra primeira notificação de dengue em Irati

Em todo o estado, 390 casos foram confirmados em 21 municípios. As notificações somam 3.484 casos

Centro Sul – Na terça-feira (01), foi registrada pela 4ª Regional de Saúde a primeira notificação de dengue em Irati. Na última quarta-feira (26), representantes dos nove municípios que compõem a 4ª Regional de Saúde de Irati, se reuniram para discutir ações de prevenção da doença.
A Secretaria de Saúde do Paraná divulgou na segunda-feira (31), o novo informe semanal da dengue que traz a notificação de 3.484 casos da doença em quatro semanas. Destes, 390 casos foram confirmados em 21 municípios. “A cada semana temos novos casos confirmados no estado. Nós estamos fazendo um trabalho preventivo para que não ocorram registros da doença, mas já tivemos uma notificação em Irati. Agora estamos preparados para enfrentar esse problema”, afirma o diretor da 4ª Regional, João Antonio Almeida Júnior.

O coordenador regional de combate a dengue, Nivaldo Leal, conta que em uma reunião realizada com representantes de todo o estado, foi elaborado um plano emergencial de 90 dias devido ao grande número de casos que estão sendo notificados.
O diretor explica que as medidas de combate a doença se iniciam a partir do momento em que há a desconfiança por parte do médico, de que a pessoa está com dengue. Ou seja, depois da notificação são feitos os exames sorológicos para confirmação ou não da doença, mas, mesmo que os resultados sejam negativos, as medidas de combate são aplicadas.
“Nós trabalhamos na prevenção, não esperamos a confirmação para fazermos o trabalho de campo. O bloqueio é feito com base nos casos notificados até que se dê o resultado dos exames. Trabalhamos a frente do que possa vir a acontecer para evitar que o mosquito que está contaminado infecte outras pessoas”, completa Leal.
Este bloqueio é feito através de arrastões, nos quais as equipes de combate a dengue verificam a existência de focos do mosquito aedes aegypti. O objetivo é eliminar os possíveis criadouros e também fazer a aplicação do “fumacê”, caso seja necessário. Este trabalho é feito num raio de 300 metros da residência ou local de trabalho da pessoa com suspeita de dengue. Segundo Júnior, este valor é calculado com base na informação de que o mosquito transmissor voa apenas de 50m a 100m do local onde nasceu.
Apesar da fama que os terrenos baldios recebem de ser os grandes criadouros de mosquitos aedes aegypti, dados comprovam que as residências são responsáveis por 98% dos focos encontrados. “Reforçamos o apelo a população de continuar verificando a sua casa e também fiscalizar os vizinhos. Porque se a pessoa não cuidar do seu jardim, não é apenas ela quem vai estar correndo riscos, como também todos que moram nas proximidades. Não podemos permitir que um sofra pelo erro do outro”, ressalta o diretor.
Para o coordenador regional de combate a dengue, é de fundamental importância que a população receba em sua casa o agente da dengue e ouça as suas orientações. “Devemos evitar que ocorram vários casos de dengue e a população venha a sofrer com isso. Nós temos o mosquito na região, em quantidade pequena, mas existe”, observa Leal.
Vale lembrar que no caso de suspeita de que há um foco na residência ou na região e a pessoa proíba a entrada do agente, este pode pedir auxílio para a Polícia Militar do Paraná. “Se for encontrado um foco na residência, o cidadão vai receber apenas orientações. Ele não vai sofrer nenhum tipo de sanção, multa ou constrangimento público. Nós não revelamos o endereço, só fazemos o mapeamento da região”, acrescenta Junior.
Somente em casos reincidentes de focos, ou seja, onde já foram localizados por várias vezes criadouros do mosquito, o Poder Público é acionado. “Esta é uma questão de saúde pública, um não pode pagar pelo descuido do outro. Então nós temos todo um amparo legal para evitar este tipo de situação”, aponta Leal.

A dengue no Paraná
Em comparação ao boletim divulgado no dia 24 de janeiro, os dados do dia 31 são preocupantes por mostrarem um grande aumento no número de notificações e confirmações da dengue. No dia 24 eram 2.019 notificações da doença, esta semana passaram para 3.484. Os casos confirmados também aumentaram de 49 em sete municípios, para 390 em 21 cidades do Paraná.
Hoje, o município de Jacarezinho é o que apresenta o maior número de casos confirmados autóctones (que se originaram dentro do município), 197, seguido por Londrina com 142 casos.
Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, o aumento de casos confirmados em relação ao informe anterior se deve à atualização dos resultados dos exames laboratoriais. Quando há suspeita de dengue, o caso é notificado à autoridade sanitária e o doente é tratado para que não haja risco de complicações. O exame para a confirmação da dengue só é feito do sexto ao 15º dia após o início dos sintomas, e leva em torno de 48 horas para ficar pronto.

Atenção para os sintomas
Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam normalmente do 3º ao 15º dia. Esse período é chamado de incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. É só depois do período de incubação que os sintomas aparecem:
- febre alta com início súbito;
- dor de cabeça;
- dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles;
- perda do paladar e apetite;
- náuseas e vômitos;
- tonturas;
- extremo cansaço;
- manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores;
- moleza e dor no corpo;
- muitas dores nos ossos e articulações.

Texto: Marina Lukavy

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