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quinta-feira, 22 de julho de 2010

20 de julho: Dia Internacional do Amigo

Desde criança procuramos amigos através da identificação

Centro Sul – Nesta terça-feira (20) foi comemorado o Dia Internacional do Amigo. A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro e gradualmente foi sendo implantada em todo o mundo. No Brasil, o Dia do Amigo é comemorado oficialmente em 18 de abril. Em 20 de julho é comemorado o Dia da Amizade, mas atualmente o país também vem adotando a data internacional.
Febbraro se inspirou na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, considerando a conquista não somente uma vitória científica, como também uma oportuni-dade de se fazer amigos em outras partes do universo. Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema “Meu amigo é meu mestre, meu discípulo é meu companheiro”.

Para entender melhor essa “necessidade” humana de se ter amigos, o Jornal Hoje Centro Sul conversou com a psicanalista com formação em Psicologia, Ana Elizabeth Martini.

Por que o ser humano precisa ter amigos?
Ana Elizabeth: O ser humano é um ser social, nós somos efeitos da linguagem e não conseguimos viver isolados. Para nos tornarmos humanos, precisamos de outras pessoas. Somos os “animais” mais depen-dentes, precisamos do contato com o outro do carinho e do olhar. Um exemplo disto é uma experiência realizada por Frederico II, em 1990. Para conhecer a língua que falariam espontaneamente as crianças (a língua de origem dos seres humanos), ele retirou 40 bebês de suas famílias e encarregou mulheres de alimentá-los e dar banho, mas proibiu-as de conversar com eles e fazer carinhos. Elas também não podiam conver-sar entre si enquanto estivessem na presença das crianças. Além de nunca terem ouvido uma voz humana, não tendo assim acesso a linguagem, todas as crianças morreram antes dos oito anos de idade.

O que nos leva a ter determinados amigos?
Ana Elizabeth: Desde criança procu-ramos amigos através da identificação, nós vamos onde nós nos identificamos, e procuramos o que é parecido conosco. Isso é um processo natural, tanto que no namoro também acontece. Nós procuramos sempre o que está dentro de nós no outro.

Os amigos contribuem na formação da personalidade do outro, ou seja, eles interferem no jeito de ser?
Ana Elizabeth: Depende da idade destes amigos, num primeiro momento as crianças brincam em grupo para se socializar. Porém, tem crianças que são mais vulneráveis a outras, ou seja, são influenciadas pelo comportamento alheio. Sendo assim, aprendem também com o outro, algumas características como organi-zação e valores.

Há alguma explicação para o fato de algumas pessoas terem muitos amigos e outras poucos? Isso afeta de alguma maneira no jeito se ser e agir de alguém?
Ana Elizabeth: Geralmente a pessoa que tem poucos amigos é tida como não sociável, mas isso quer dizer também que talvez ela goste de ficar mais sozinha, pode ser uma escolha. Muitas vezes você está rodeado de pessoas, mas está sozinho, e em alguns casos tem um amigo somente, mas tem uma relação mais intensa porque há uma troca com essa pessoa. Então não há uma generalização, depende de pessoa para pessoa.

Hoje são muito comuns as amizades virtuais. Elas têm o mesmo “efeito” da amizade presencial?
Ana Elizabeth: Enquanto amizade tem o mesmo efeito porque há uma troca. Mas isto quem teria que avaliar é a própria pessoa , como ela se sente em relação a isto.

Qual é o motivo mais comum quando há o rompimento de uma amizade?
Ana Elizabeth: Isso é muito relativo, depende de sujeito para sujeito. Por exemplo, para uma pessoa uma traição pode representar algo muito ruim e para outra não. Então é muito difícil dizer algo que poderia de fato levar a esse rompimento.

TEXTO: MARINA LUKAVY

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