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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Uso de celular dentro de agências bancárias de Irati poderá ser proibido

O Projeto de Lei 13/2010 visa a prevenção de crimes dentro de agências bancárias

Irati – No dia 07 de junho deu entrada na Câmara Municipal de Irati o Projeto de Lei 13/2010 que proíbe o uso de celular, rádio-transmissor, palm-top ou similares dentro de agências bancárias do município de Irati. O PL, de autoria do vereador Dalvino Cavalli Neto, pretende evitar a prática de delitos em que os aparelhos são utilizados como forma de comunicação entre os criminosos.

De acordo com o PL, os funci-onários e vigilantes dos bancos ficam isentos à restrição, também ficando a cargo do gerente geral da agência a autorização de uso a terceiros que estejam prestando serviços ao banco. Ainda segundo o PL, os funcionários bem como os vigilantes serão os responsáveis pela fiscalização dentro das agên-cias, que também terão que afixar cartazes com a lei.
A justificativa de Cavalli Neto para o PL é a de que é de conhecimento de todos, que alguns delitos acontecem porque o crimi-noso que está dentro da agência bancária passa as informações para outro que está do lado de fora, como características físicas, roupa e o valor sacado.

Opiniões contrárias
Para o comandante da Polícia Militar de Irati, Tenente Clodoaldo, a proibição de uso de celulares dentro de agências bancárias não irá inibir a ação de criminosos. “Muitos poderão até não utilizar o celular, mas vão buscar outra maneira de avisar o comparsa que está do lado de fora. E também, para cada lei que é criada para coibir a ação de marginais, eles acham uma maneira de burlar esta lei”, acrescenta o Tenente.
Outro fato apontado pelo coman-dante é que o relacionamento entre o cliente e o banco poderá ser afetado, e gerará um certo constran-gimento para aqueles que não puderem fazer o uso do celular. “Muitas pessoas precisam tirar dúvidas com familiares como a senha, número de conta ou até o tipo de transação que vai fazer, e o fato de ter que sair da agência para utilizar o aparelho pode fazer com que esta pessoa perca lugar na fila. Então eu acredito que esta lei não vai somar muito em segurança”, observa.
Assim como o Tenente Clodoaldo, o gerente geral da Caixa Econômica Federal, Luis Carlos Havresko, se mostra contrário ao PL. Segundo Havresko, hoje os bancos disponibilizam aos clientes muitos métodos como transfe-rência, cheques e outros, e que o último recurso ao cliente é a utilização do dinheiro em espécie. “Nós trabalhamos essa conscien-tização, e apresentamos todos os mecanismos bancários disponíveis para que o cliente não saia da agência com o dinheiro. Porém, algumas pessoas insistem em não utilizar estes recursos e acabam sendo as principais vítimas de assaltantes”, explica o gerente.
Um exemplo citado é o da Transferência Eletrônica Disponível (TED) que é utilizado por todos os bancos. O TED é uma transferência online de valores acima de R$ 3 mil e que em até dez minutos o dinheiro já está disponível na conta. Para realizar a transação é necessário apenas ter em mãos os dados completos do destinatário como CPF ou CNPJ, número da conta e agência. Além do TED, existe o DOC para valores de até R$ 3 mil, o cheque e tam-bém a própria transfe-rência entre contas (do mesmo banco).
Havresko também lembra de um caso recente em que o próprio funcionário de um banco repassava as informações para assaltantes que estavam do lado de fora. “É importante salientar que a única forma de coibir a ação destes criminosos é não portar valores em espécie”, conclui o gerente.

TEXTO: MARINA LUKAVY.
FOTO: SCHEYLA HORST.

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