De acordo com um estudo publicado em 2010, as mulheres representam 53% do total de empreendedores brasileiros
Centro Sul - Já faz um bom tempo que os negócios deixaram de ser um assunto masculino, prova disso é uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Publicado em 2010, o GEM analisou a atividade empreendedora em todo o mundo, no ano de 2009. No Brasil, 53% dos empreendedores são mulheres, contra 47% de homens.
Segundo o estudo, além do fato de mais uma vez numericamente as mulheres terem ultrapassado os homens na atividade empreendedora, cumpre destacar que ao longo do período analisado (2009), é a primeira vez que a proporção de mulheres empreendendo por oportunidade supera a proporção de homens na mesma condição.
Em 2007, ano em que a proporção de mulheres envolvidas em atividades empreendedoras também foi maior do que a dos homens, a participação delas nos negócios por oportunidade foi inferior. Os dados mais recentes evidenciam que mais um reduto tipicamente masculino, o de empreendedorismo por oportunidade, foi alcançado pela parcela feminina da população brasileira.
Na tabela, pode-se observar a evolução da participação das mulheres no contexto do empreendedorismo por oportunidade.
A mulher empreendedora
As características femininas que sempre foram vistas de forma preconceituosa, por serem associadas a fragilidades, acabaram virando vantagens. Hoje elas são, de acordo com especialistas, o grande diferencial das mulheres dentro do mundo dos negócios.
Conforme artigo do especialista em manejo comportamental e empreendedorismo em negócios, Luiz Fernando Garcia, enquanto as mulheres persistem a longo prazo e vencem justamente por isso, os homens são resolutos. Essa e outras tantas características, tipicamente femininas, fazem a diferença.
"Se os homens foram os heróis da 'Era Industrial', as mulheres têm um grande papel a desempenhar na 'Era dos Serviços', que precisa de facilidade de relacionamento com clientes e com a comunidade, característica feminina por excelência", afirma o especialista.
Ainda de acordo com Garcia, as empreendedoras buscam o equilíbrio entre a vida familiar com a profissional. As mulheres têm mais facilidade para compor equipes, maior persistência, cuidado com detalhes, além de valorizarem a cooperatividade. "As empreendedoras são assim: com forte tendência a perceber seus negócios como difíceis. Porém, elas os vêem muito mais como um desafio do que um fardo. Isso contraria crenças muito difundidas, de que as mulheres não conseguem manter tantas responsabilidades (lar, marido, filhos e trabalho). Os negócios tendem a serem vivenciados sem culpa e em harmonia com o lar. Eles são vantajosos para a família, não se constituindo, portanto, como oposições", observa o especialista.
As mulheres estão criando um novo paradigma na liderança das empresas. Isso porque são mais persuasivas e têm um estilo diferenciado de resolver os problemas e tomar decisões. São mais convincentes que os homens porque aprendem a ouvir antes de falar. Em função de sua comunicabilidade, empatia e sociabilidade, elas conseguem obter um sim com mais facilidade. Por outro lado, sentem mais a rejeição, por terem auto-estima mais baixa, mas assumem riscos para provarem que podem conseguir o que querem.
Outra característica própria das mulheres é a capacidade de ouvir opiniões até conseguir saber o que deve fazer. Isso é muito diferente dos homens, que costumam consultar apenas duas ou três pessoas sobre uma decisão. É algo comparável ao estar perdido no trânsito: se for um homem passará três horas perdido, mas não pedirá uma informação; se for uma mulher parará no primeiro posto, perguntará ao frentista e chegará mais rápido.
TEXTO: MARINA LUKAVY, COM INFORMAÇÕES DA HSM ONLINE
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