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quarta-feira, 9 de março de 2011

Atendimentos pelo 180 tiveram aumento de 82,4% em 2010

420.313 dos atendimentos efetuados pela Central de Atendimento à Mulher foram referentes a informações sobre a Lei Maria da Penha

Centro Sul - Na última sexta-feira (25), a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM) divulgou um aumento de 82,4% no número de atendimentos pelo serviço "Ligue 180" no ano passado. Em 2010, foram registradas 734.416 ligações, enquanto que no ano de 2009, foram apenas 269.977. O balanço da Central de Atendimento à Mulher destacou que do total de atendimentos, 420.313 foram para pedir informações sobre a Lei Maria da Penha.
A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) foi criada em 2005. É um serviço ofertado pela SPM com o objetivo de receber denúncias ou relatos de violência, reclamações sobre os serviços da rede e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para os serviços quando necessário. Desde abril de 2006 até o último mês de dezembro, foram já foram registrados 1.658.294 atendimentos.


Dados da violência contra as mulheres
Dos 734.416 registros da Central de Atendimento à Mulher, 108.026 dizem respeito a relatos de violência. A maior parte deles se refere a episódios de violência física (63.831); 27.433 à violência psicológica; 12.605 à violência moral; 1.839 à violência patrimonial; 2.318 à violência sexual; 447 a cárcere privado e 73 a tráfico de mulheres. Em 2010, foram registradas 58.714 ocorrências de lesão corporal e 15.324 de ameaças.

Perfil das mulheres e dos agressores
Segundo o levantamento, 47% das usuárias dos serviços possuem nível fundamental de escolaridade. A faixa etária entre 20 e 35 anos corresponde a 51,7%, e 58,3% delas se declaram pardas ou pretas.
Os maridos, companheiros ou ex-companheiros são os agressores das vítimas em 72,1% dos casos, De acordo com os atendimentos, 58,1% das vítimas são agredidas diariamente, enquanto 38% relatam sofrerem violência desde o início da relação. Outras 71,5% das vítimas moram com o agressor e 65,5% convivem com ele há mais de dez anos.
A mulher diz correr risco de morte em 51,3% dos casos. Os filhos presenciam ou sofrem violência junto com a mãe em 84,2% das situações.
Os números servem de alerta uma vez que no Brasil os homicídios de mulheres são frutos de violência doméstica. Geralmente os casos começam com agressões leves e vão evoluindo gradativamente. A violência contra mulheres deve ser tratada de forma séria, pois além da mulher, afeta também a vida dos filhos.

TEXTO: MARINA LUKAVY

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